Como Desfazer União Estável: Passos Simples, Custos e Dicas para Partilha de Bens sem Dor de Cabeça

Escrito por Julia Woo

outubro 13, 2025

Em um contexto jurídico brasileiro cada vez mais dinâmico, onde as uniões estáveis representam cerca de 40% das relações afetivas formais, a consulta por “como desfazer união estável” reflete não apenas a volatilidade das relações modernas, mas uma demanda por clareza e eficiência nos processos de separação. Análises de tendências em 2025, extraídas de fóruns jurídicos, redes sociais e jurisprudência recente, destacam direções quentes: a dicotomia entre dissoluções extrajudiciais e judiciais, os custos elevados e a obrigatoriedade de advogado, a partilha de bens em uniões informais, e as reclamações sobre burocracia em casos sem filhos ou bens. Esses temas convergem em uma narrativa de otimização racional, onde o planejamento prévio minimiza desgastes emocionais e financeiros. 

Fundamentos Jurídicos: Entendendo a União Estável e Sua Dissolução

A Natureza da União Estável e Suas Implicações Racionais

A união estável, conceituada pelo artigo 1.723 do Código Civil como uma convivência pública, contínua e duradoura com objetivo de formar família, equipara-se ao casamento em direitos e deveres, adotando por padrão o regime de comunhão parcial de bens. Essa equiparação, racionalizada pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ), estende-se à dissolução, que não exige tempo mínimo de duração nem coabitação formal, mas demanda formalização para evitar ambiguidades patrimoniais ou sucessórias. Em 2025, com o aumento de 15% nas declarações de uniões estáveis registradas em cartórios, impulsionado por benefícios previdenciários e sucessórios, a dissolução surge como contraponto lógico: sem ela, bens adquiridos onerosamente durante a união permanecem comunicáveis, expondo ex-parceiros a litígios inesperados, como em heranças ou execuções fiscais. Uma análise racional revela que ignorar essa formalidade equivale a adiar uma inevitável partilha, potencializando custos em até 200% via judicialização desnecessária.

Por Que Formalizar a Separação: Benefícios e Riscos de Omissão

Formalizar a dissolução não é mera burocracia; é uma estratégia de mitigação de riscos. Sem escritura ou sentença, a união persiste implicitamente, afetando direitos como pensão alimentícia ou meação em imóveis. Dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) indicam que 25% dos inventários em 2024 envolveram uniões não dissolvidas, gerando disputas familiares. Racionalmente, o processo assegura clareza: divide bens (50% para cada em comunhão parcial), regula guarda de filhos e pensão, e atualiza o estado civil para novas relações. Omissões, por outro lado, fomentam inseguranças, como em casos onde um ex-companheiro reivindica herança anos após a separação factual. Assim, a formalização atua como firewall jurídico, preservando autonomia individual em um ecossistema relacional fluido.

Métodos de Dissolução: Da Via Amigável à Contenciosa

Passos Detalhados para Dissolução Extrajudicial em Cartório

A via extrajudicial, preferencial em 70% dos casos sem litígio, prioriza eficiência e baixo custo, conforme a Lei 11.441/2007. Inicie avaliando elegibilidade: ausência de filhos menores ou incapazes, consenso total sobre partilha e assistência por advogado (obrigatória desde 2010). Reúna documentos essenciais: RG e CPF de ambos, comprovante de residência e renda (contracheque ou extrato bancário), certidões de nascimento ou casamento anteriores, declaração de convivência assinada por três testemunhas com firma reconhecida, e inventário preliminar de bens (imóveis via matrícula, veículos por DUT). Compareça ao cartório de notas na residência de qualquer parte, onde o tabelião lavrará a escritura pública no mesmo dia – custo médio de R$ 170 a R$ 500, gratuito via Defensoria Pública para rendas até R$ 2.060 mensais. Após assinatura, registre a escritura no Cartório de Registro Civil para atualização do estado civil, e proceda à partilha via arrolamento de bens em até 60 dias. Essa sequência, validada por guias do CNJ, reduz o tempo total para uma semana, contrastando com meses judiciais, e promove uma separação racional, focada em equidade sem antagonismos.

Procedimentos para Dissolução Judicial: Quando o Consenso Falha

Quando há desacordo – comum em 30% das uniões com filhos ou bens desiguais –, a via judicial impõe uma estrutura mais robusta, regida pelo Código de Processo Civil. Comece consultando um advogado para petição inicial, detalhando convivência, bens e pedidos (guarda, pensão, partilha). Distribua a ação no foro da residência do réu ou autor, anexando provas como fotos conjuntas, contas compartilhadas ou testemunhas. O juiz designará audiência de conciliação inicial, onde mediação pode resolver 40% dos casos, evitando instrução probatória. Se persistir litígio, prossiga à produção de provas (perícia contábil para bens, depoimentos), culminando em sentença que homologa a dissolução e partilha – duração média de 6 a 18 meses, com possibilidade de tutela de urgência para pensão imediata. Apelações ao TJ podem estender, mas acordos parciais otimizam. Essa abordagem, embora oneroso (custas de R$ 1.000+ mais honorários), garante imparcialidade, especialmente em uniões informais onde o reconhecimento da estabilidade é contestado.

Desafios Comuns: Custos, Burocracia e Partilha de Bens

Analisando os Custos e a Obrigatoriedade do Advogado em 2025

Um tema recorrente em debates online é o ônus financeiro, com custos totais variando de R$ 800 (extrajudicial simples) a R$ 5.000+ (judicial complexa), impulsionados pela obrigatoriedade de advogado desde a Emenda Constitucional 66/2010. Racionalmente, esse requisito equilibra assimetrias: o profissional analisa regimes patrimoniais e evita nulidades, mas gera queixas, como em posts recentes no X onde usuários lamentam “pagar caro para desfazer o que nem foi caro fazer”. Para mitigar, opte pela Defensoria Pública ou convênios da OAB; em 2025, plataformas digitais como o e-Notariado facilitam agendamentos remotos, reduzindo deslocamentos. A partilha, sob comunhão parcial, exclui bens pré-união ou heranças, mas inclui rendimentos comuns – uma perícia inicial previne disputas, como em dívidas de FIES não comunicáveis.

Erros Frequentes e Estratégias de Prevenção

Erros como omitir testemunhas ou subestimar inflação em bens levam a nulidades em 15% dos processos. Previna medindo bens via avaliação profissional prévia e documentando tudo digitalmente. Em uniões sem registro, comprove convivência com provas robustas para evitar indeferimentos.

Casos Reais: Lições de Jurisprudência e Experiências Cotidianas

Reconhecimento Póstumo e Partilha em Uniões Longevas

Um caso paradigmático de 2025, julgado pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso, envolveu uma mulher que comprovou união de 20 anos iniciada em 2003 via fotos antigas e registros civis, obtendo dissolução e meação de imóvel rural avaliado em R$ 300 mil. Iniciada extrajudicialmente, a ação judicializou por contestação do ex-parceiro, mas a sentença homologou 50% dos bens onerosos, excluindo doação prévia – lição racional: provas visuais aceleram reconhecimento, evitando prescrição em 10 anos. Similarmente, em apelação cível de São Paulo, uma união de 10 anos dissolveu-se com partilha igualitária, apesar de ausência de filhos, destacando que convivência pública basta para equiparação matrimonial.

Experiências Cotidianas: De Visitas na Prisão a Burocracias Familiares

Na esfera informal, o caso da influenciadora Hisalana, viralizado em maio de 2025, ilustra impulsos precipitados: assinou união estável para visitar um parceiro preso, mas enfrentou custos de R$ 800+ para dissolver, gerando debate sobre burocracia em uniões “temporárias”. Em outro relato no X, um usuário de São Paulo descreveu o perrengue de refazer certidões para desfazer união sem bens, pagando R$ 2.000 em honorários, mas resolvendo em cartório em um dia via Defensoria. Esses exemplos, ecoados em threads de 2024-2025, reforçam: planejamento antecipado, como cláusulas em escrituras iniciais, previne arrependimentos, transformando dissoluções em transições equânimes.

Rumo a uma Separação Consciente e Sustentável

Integrando as tendências de 2025 – da acessibilidade extrajudicial à judicialização estratégica –, desfazer união estável emerge como processo racionalizável, onde passos sequenciais e documentação proativa minimizam impactos. Para casais amigáveis, priorize cartório; em conflitos, invista em mediação precoce. Com custos controlados via assistência pública e lições de casos como o de 20 anos em MT, a dissolução não é fim, mas renascimento patrimonial e emocional. Inicie com autoavaliação: liste bens, busque advogado e formalize – assim, você navega a separação com precisão, alinhando lei à vida real.

Julia Woo é redatora colaboradora da Ecloniq, onde explora dicas de vida práticas e inspiradoras que tornam o dia a dia mais eficiente, criativo e cheio de significado. Com um olhar atento aos detalhes e uma paixão por descobrir maneiras mais inteligentes de trabalhar e viver, Julia cria conteúdos que misturam crescimento pessoal, truques de produtividade e melhoria do estilo de vida. Sua missão é simples — ajudar os leitores a transformar pequenas mudanças em impactos duradouros.
Quando não está escrevendo, provavelmente está testando novos sistemas de organização, aperfeiçoando métodos de gestão do tempo ou preparando a xícara de café perfeita — porque equilíbrio é tão importante quanto eficiência.