James Watt patenteou sua máquina a vapor às vésperas da Revolução Americana, consumando uma relação entre o carvão e o novo espírito prometeico da época, e a humanidade deu seus primeiros passos em direção a um modo de vida industrial que, no próximo dois séculos, mudarão o mundo para sempre.
Hoje, não é incomum que uma descoberta científica seja seguida logo depois por uma aplicação técnica: a descoberta dos elétrons levou à eletrônica; a fissão levou à energia nuclear. Mas antes da década de 1880, a ciência quase não desempenhava nenhum papel nos avanços da tecnologia. Por exemplo, James Watt desenvolveu a primeira máquina a vapor eficiente muito antes de a ciência estabelecer a equivalência entre calor mecânico e energia.
Para o nascimento de algo novo é preciso que haja um acontecimento. Newton viu uma maçã cair; James Watt observou uma chaleira ferver; Roentgen embaçou algumas chapas fotográficas. E essas pessoas sabiam o suficiente para traduzir acontecimentos comuns em algo novo.
As melhores ideias não estão escondidas em recantos sombrios. Eles estão bem na nossa frente, escondidos à vista de todos. A inovação raramente depende da descoberta de elementos obscuros ou sutis, mas de ver o óbvio com novos olhos. É mais fácil falar do que fazer porque nada é tão difícil de ver quanto o que está diante de nossos olhos. Ignoramos o que consideramos garantido. Bilhões de bebedores de chá observaram a força do vapor escapando da água fervendo em uma chaleira antes que James Watt percebesse que esse vapor poderia ser convertido em energia.
Eu queria ser um inventor, seja lá o que isso significasse. Acho que estava pensando em Edison ou talvez em James Watt. Ou talvez até Newton.
James Watt foi igualmente distinguido como filósofo natural e químico; suas invenções demonstram seu profundo conhecimento dessas ciências e daquela característica peculiar do gênio – a união delas para aplicação prática.